Olá!
Falei um pouco com vocês em outros textos (que você pode ver clicando aqui) sobre como começou minha carreira, porque eu fui chegar no automobilismo e de algumas coincidências que ocorreram para que desse certo a minha primeira tentativa de responder a pergunta: “O que você faria se não precisasse de dinheiro?! Se tivesse um cartão de crédito ilimitado, que nunca chega fatura!”
Pois é. Dessa vez, nesse texto, não vamos ainda falar do curso de Pilotagem em si, vou apenas falar um pouco para vocês como eu me comporto quando tenho adversidades ou quando algo não sai do jeito que foi planejado! Aproveitando o tema, vou falar para vocês uma espécie de Mantra que eu uso absolutamente todos os dias, e que também tem origem dos papos filosóficos com o irmão que comentei no texto anterior, que é: “Até quando dá errado, dá certo!”. E vocês entenderão porque falei dele já no início do texto!
Vamos ao Curso de Pilotagem. Depois de toda correria e tentativa de fazer o curso na turma de Julho, deu certo! Organizei para faltar no trabalho. Consegui pagar. Tinha companhia para o curso, um parceiro da mesma cidade. E lá vamos nós! Chegamos em SP, hotel, banho, e lá vamos nós para a Roberto Manzini para a primeira aula às 19h! Opa, faltou um detalhe aqui, que é sobre o curso em si.
O curso é dividido em:
– Uma aula teórica, onde você vai aprender teorias sobre bandeiras, curvas, tangência, um pouco de física, e outras várias teorias que regem e fazem parte do automobilismo, só depois você vai para a pista.
– Aulas práticas, onde você vai efetivamente para a pista, que será assunto do próximo texto!
Então, voltando às 19h do dia 1, chegamos na Roberto Manzini. Já ganhamos um kit com um boné e outros brindes, já começamos a ver o lugar, já procuramos por ali por algum carro (é disso que gostamos) e ficamos como crianças descobrindo um mundo novo! Até que: “Pessoal, vamos subir para a sala de aula!”. Confesso que lembrei da escola, só que dessa vez o conteúdo era todo do meu interesse e útil para mim (será que vale um texto sobre minha visão de educação e escola? Acho que sim! Depois!). Na sala de aula, alguns equipamentos, algumas coisas para demonstrações, um projetor e um quadro. Era uma escola, mesmo! Só que de Pilotagem Esportiva! E como professor, José David!
Uma das coisas que me fez ficar muito feliz com a escolha dessa escola foram as primeiras palavras do nosso Instrutor Chefe! É muito bom quando você se identifica com o professor! Era um cara direto, de boa fala, sem frescura e sem mimimi! Cara do tempo do automobilismo raiz! Era exatamente o que eu queria! Foco! Bora! E a imagem era essa:
Com todo conteúdo passado. Muita atenção da minha parte. Peguei todas as dicas que pude. Anotei tudo. Conheci os demais parceiros de curso. E depois de algum tempo sem pensar a respeito me veio uma reflexão: “Isso aqui é exatamente o que eu queria estar fazendo! Esse aqui é o lugar que eu queria estar agora!”. Fim de dia, volta pro hotel, e ansiedade gigantesca pelo dia seguinte! Finalmente, vou pilotar em Interlagos!!!
Amanheci um dia diferente! Era dia útil, mas eu não ia para o escritório. Nem estava em SP para alguma reunião! Não, eu estava lá realizando um sonho! E isso era sensacional. Eu me lembro da sensação até hoje de “acordar” nesse dia. Acordar está entre aspas porque eu mal dormi! Ansioso!
Saímos do hotel, partimos para a escola e chegando mais perto, lá estamos nós correndo da chuva! Isso… CHUVA! Entramos no autódromo como profundos devotos de São Pedro (que nunca fui, então claro que ele não ia me ouvir), mas logo ouvimos do nosso Instrutor Chefe raiz e sem mi-mi-mi: “Pista hoje? Esquece! Só temos pneu slick e não dá para aprender de slick na chuva.”. Decepção! Fim de dia! Nada de realizar o sonho de pilotar em Interlagos. Depois de muito esperar por lá, o José Davi pediu que um dos instrutores dessem uma volta na pista conosco, em um carro de rua, apenas para conhecermos a pista. E já foi bastante interessante! Vejam:
E foi só isso! O resto do dia, fomos passear por SP!
Aqui nós começamos a falar sobre o que prometi lá no início. Sobre “Até quando dá errado, dá certo!”. Não saiu como planejado. Não realizei o sonho. Não fiz o curso. Não pilotei em Interlagos. E é aqui que vem o foco desse texto! O que a grande maioria sentiria ou pensaria? O que eu senti/pensei diante dessa situação?
A maioria pensaria:
– Perdi um dia de trabalho!
– São Pedro não gosta de mim!
– Eu sou azarado!
– Perdi o dinheiro da viagem e terei que vir de novo.
– Gastei hotel a toa!
E mais um monte de pensamentos que, na minha visão, além de não ajudar a passar pelo momento da adversidade, vão atrair mais coisas que você não quer ter!
Como eu penso:
– Fiz uma ótima viagem!
– Dei início para o meu curso!
– Conheci uma galera legal!
– Tirei um dia de folga!
– Conheci o templo de Interlagos!
– De uma volta na pista, coisa que nunca tinha feito!
E mais uma série de coisas boas que aconteceram, de fato, nessa viagem!
Então o principal recado aqui, na minha visão é: Foque nas coisas boas! Tem coisas boas o tempo todo acontecendo ao seu redor! É que nós temos uma tendência muito forte para desvalorização das coisas boas e excesso de atenção para as coisas ruins! Não!! As coisas boas são a grande maioria! Só que a gente só vê as coisas ruins!
Na minha visão, absolutamente todas as coisas que acontecem tem seu lado positivo, TUDO! Até as coisas ruins! Sim… olha com cuidado e com carinho, na pior das hipóteses uma coisa ruim que te aconteceu vai virar um belo aprendizado! Se não virar um aprendizado, vira uma história nova para contar! Como diz o sábio Aruano Suassuna: “O que é ruim de passar, é bom de contar!”. Ou seja, de qualquer forma, vai ter algo de bom! Foca nisso! Na lição! No percurso! E o percurso tem mesmo dificuldades!
No próximo texto, vou contar para vocês como foi o curso, de verdade, aí sim, será algo mais técnico com mais detalhes de pilotagem e com a “sementinha” que o José Davi plantou depois das minhas aulas práticas.